ATENÇÃO!

18 de maio de 2009

" DETENTO SEM CRIME "

DETENTO SEM CRIME/94 DIAS ENCARCERADO.
 Eu, Israel da Silva, natural de Cachoeira Dourada-Minas Gerais. Moro em Brasília desde 1.969, quando chegamos aqui fomos morar na invasão do Cruzeiro, que hoje é o Cruzeiro Novo. Depois fomos morar na vila do IAPI, no Núcleo Bandeirantes. Em março 1.971 fomos transferidos para a invasão da Ceilândia, onde estou morando até hoje. Ceilândia hoje tem mais de 600 mil habitantes, como cidade grande tem seus problemas. Apesar da violência, gosto de morar na Ceilândia, a cidade ainda é carente de um shopping e espaços culturais, os demais serviços estamos bem servidos.
 “Fazenda Papuda” Este é o centro penitenciário do Distrito Federal, conhecido como "Papuda", onde fiquei preso por 94 dias acusado por tráfico de drogas. Sou totalmente contra as drogas! Nunca fiz uso, mas já sofri muito com dependentes químicos na família. Por ser contra as drogas já fui até ameaçado de morte por um membro da família. E hoje, é triste ver muitas crianças e adolescentes envolvidas no mundo das drogas, seja, usando ou vendendo!
Estarei relatando os fatos que aconteceram comigo e demais detentos desta prisão. E falar da truculência da policia com a sociedade, que na qual pagam os seus salários.
 Sábado, 19 de Julho de 2008, sábado, por volta das 16h30, eu e minha neta estávamos em casa, eu preparando o jantar e minha neta brincando com o "Bennis" cão da raça poodle na calçada, quando ela se deparou com os policiais abordando o seu tio. Então, ela correu e aviso-me sobre a detenção dele. Logo me deparei com os policiais na porta da minha casa pedindo para adentrarem à minha casa.  Então, lhe perguntei se eles tinham mandato de apreensão? Eles disseram que não, mas, estavam em flagrante delito e poderiam adentrar. Mesmo falando pra eles que ele não morava ali, eles disseram que iam cair pra dentro da casa. 
E nisso chegaram várias viaturas, e eu negando a entrada deles na minha casa, foi quando o meu cunhado chegou com a chave do portão envolto a seu pescoço e um dos policiais conhecido como "cara de rato", com muita truculência puxou o cordão do seu pescoço e apontando uma pistola nove mm para mim e ameaçando em atirar se eu não tirasse a mão do cadeado. Com medo cedi à pressão.
Eles adentraram a minha casa com uma testemunha do povo, fizeram uma bagunça total em casa e nada encontraram. Quando policiais que estavam dentro da residência iam saindo esse tal cara de rato, apareceu com uma sacola dizendo que encontrara as drogas em cima de uma casa na outra rua. Neste momento eu recebi voz de prisão e fui levado para a 23ª delegacia do P. sul. Este na foto é o Ronaldo, vulgo "doidão".
23ª Delegacia”. Quando chegamos à delegacia os policiais ficaram com zombaria com a nossa prisão, eu fiquei muito envergonhado com aquela situação, eles me algemaram junto a uma mesa na recepção e sentado no chão, me sentir um dos piores seres humano naquela hora. Alguns momentos depois a minha família chegou e me viu naquela situação humilhante. Nunca esquecerei aquela imagem. Logo após chegou o advogado que a minha esposa havia contratado, este me acalmou e me orientou sobre o depoimento que eu iria dar ao delegado, pois, o delegado Hailton da Silva Cunha estava de plantão em duas delegacias na 19ª e 23ª. O Ronaldo quando lá chegou disse aos agentes que ia assumir toda a responsabilidade, mas, quando o delegado lhe chamou para dar o depoimento, ele disse que só falava perante o juiz.
O delegado e os agentes ficaram doidos de raiva perante a negativa do depoimento dele. Mas, ele só negou o seu depoimento porque o delegado chegou e disse atua os dois no artigo 33 que é tráfico de drogas. Então pra que dar depoimento se ele mandou nos atuar no 33! Mesmo assim eu dei o meu depoimento, só que eu falava uma coisa para o delegado e ele mandava o escrivão escrever outra coisa, então, eu disse a ele: Não foi isso que eu falei ao senhor! Ele me respondeu!
Não me interessa! Você pra mim é um traficante, um bandido! Como eu estava ao lado do advogado eu lhe respondi olhando nos seus olhos. Se o senhor pensa assim, eu sinto muito.
Depois do interrogatório fomos para a cela, chegando lá mandou tirar toda a roupa e ficar na cela só de cueca. Já tarde da noite a minha esposa levou um lençol e um lanche e deixaram a minha mãe, a minha irmã, o meu sobrinho e minha esposa adentrar até a cela que estávamos.

 No dia 20, domingo, pela a manhã o plantão que acabara de entrar nos recolheu da cela e fomos para a viatura de onde iríamos para a DPE. Quando estava adentrando a viatura a minha chegou e me entregou um par de sandálias havaianas brancas e bermuda e camiseta branca, este é o uniforme usado na prisão do Distrito Federal.
Na saída da delegacia a minha esposa acompanhou a viatura até na entrada da Guariroba, logo depois sumiram de vista. Eu ali naquele cubículo da viatura vendo a cidade ficar para traz e a minha liberdade sendo privada. O percurso que a viatura estava fazendo é o mesmo que eu faço há vários anos para ir ao trabalho que são a Avenida Elmo Serejo e a EPTG. Além do Ronaldo, estava na viatura o filho do delegado que trabalha na delegacia do Cruzeiro por assalto no artigo 157.
 “Delegacia de Polícia Especializada-DPE "Chegando à DPE, este detento filho do delegado, encontrou com a sua tia que lá trabalha e este ouviu muito sermão.
Descemos da viatura e fomos fazer exame de corpo delito e fazer a identificação. Logo depois fomos para uma ala chamada de "Gaiolão", onde todos os presos aguardam até fazerem toda a triagem para depois serem enviados para as devidas celas. É onde tiramos fotos do corpo todo e de várias posições, isso tudo fica nos arquivo da polícia.
Ficamos das 09h00 até 19h00 neste gaiolão, lá nos almoçamos e jantamos. O pior deste gaiolão é que o boi (banheiro), como é chamado não tinha água e estava uma fedentina horrível. Depois fomos selecionados e levados para as respectivas celas. Enquanto aguardávamos no gaiolão havia um agente que parecia que era doido, pois, o mesmo vivia o tempo todo com um cassetete de madeira nas mãos e gritando com nós.
Esta imagem é no “Gaiolão” da DPE. Dai fomos para as celas, eu fui para a cela de nº 08 a última cela do corredor, era a última cela a ficar lotada, ela só se enchia de 6ª feira em diante e fica cheia até no próximo bonde que era todas as 3ª e 6ª feiras da semana. Na cela oito, eu conheci o Carlos de vulgo "Cirrose", este estava puxando a sua cadeia na DPE, pois, o mesmo era irmão de oficiais de justiça e não poderia ir para a papuda. O Cirrose foi o cara que me viu o me choro, a minha angústia e a meu desespero de está naquele lugar pagando por um crime que não cometi. O Cirrose era o correria da ala, isto é, trabalhava no corredor das celas onde era o comprador de mercadorias dos demais presos. Apesar de ele usar de esperteza dos detentos que ali chegavam, mas era um bom camarada. Eu fiquei 21 dias na cela junto com ele.
A cela tinha as seguintes medidas 3m x 4m, onde exista um banheiro "boi", e nessa cela eles colocavam até 14 pessoas, a noite na hora de dormir era a maior problema pra arrumar uma posição, porque do jeito que deitasse tinha que amanhecer, nos dormia em palete, isto é, dormia de lado com as nádegas viradas pra nádegas do outro detento. Nas madrugadas geralmente eu ficava acordado vendo as pessoas roncando, soltando pum, conversando, tendo pesadelos e muito mais. A maioria dormia porque se drogavam, sempre chegava um detento com alguma droga. Numa cela que tinha 14 homens, só eu que não fumava, imagina o meu sofrimento, eu fedia nicotina.
Conheci o "rato" que estava preso nos artigos 155 e 157, ele estava puxando a sua cadeia na DPE, porque ele tinha um irmão que trabalhava na GPOE, e por isso não era aconselhável ele puxar a cadeia lá. Infelizmente ele estava muito doente, chegou a me pedir para orar por ele, pois ele disse-me que não tinha mais forças de buscar a Deus, logo depois que desci pra papuda, fiquei sabendo que ele havia falecido devido o vírus da AIDS.
Conheci o Alessandro e seus parceiros, são aqueles que mataram o diretor da escola do Lago Oeste em Sobradinho. Conheci o "dnocs", este é de sobradinho, ele pegou uma moto-taxí e logo em seguida seqüestrou um casal que estavam chegando a casa e fez dois assaltos em supermercados da cidade, mas foi seguido por um policial que presenciou o último assalto, foi preso e espancado pela a policia militar e o marido da vítima, chegou todo arrebentado na DPE.
Conheci também o "china" da 19 da norte, que rodou num porte de arma. Na DPE ele deu o nome falso, ou seja, ele deu o nome do seu irmão. Conheci o "Crick-ra" do Gama, este caiu numa tentativa de homicídio, pois o mesmo atirou em um policial militar e foi espancada bastante pela a PM, a sorte dele é que a policia civil chegou e tirou ele das mãos dos PM´s.
Por ironia do destino, quem servia o café, o almoço e o jantar na DPE, era a empresa na qual eu trabalhava a "Coral". A visita era todas as 4ª feiras, e o nosso banho de sol era 2ª, 3ª e 5ª feiras à tarde e tínhamos uma hora de sol.
No dia 21 de Julho, 2ª feira, eu recebi a visita do patrão da minha irmã na sala do Dr. Evangelista, diretor da DPE, onde fui submetido a uma entrevista sobre o meu envolvimento nesta ocorrência, o patrão da minha irmã queria tentar me ajudar, porém, o processo já tinha sido instaurado. Mesmo assim ele pediu para o diretor a minha permanência nesta delegacia, foi o motivo na qual fiquei por 21 dias.
No dia 23 de Julho, 4ª feira, tive a 1ª visita na qual chorei bastante ao ver a minha esposa em prantos de choro. Neste dia ela levou os materiais de higiene, roupas brancas e um pouco de dinheiro. A visita tem a duração de apenas uma hora, é tão pouco que não é possível falar tudo o que pensamos e queremos. Foi muito triste para nós dois na hora da saída dela, pois, bate um sentimento de desespero querendo ir embora também.
Dia 25 de Julho, 6ª feira, recebi a visita do Dr. Luís Carlos, advogado do Sindesv a pedido do meu amigo Valdeir. O advogado do sindesv não entrou na minha causa porque o Dr. Mário já estava atuando por mim.
Dia 28 de Julho, 2ª feira, recebi a visita do Dr. Mário e do Dr. Rodrigo aonde os mesmos vieram me trazer a resposta negativa do juiz sobre o pedido de relaxamento da minha prisão. Devido o artigo 33 ser um crime hediondo, não foi concedido a minha liberação. E prá piorar a minha situação prisional, ele veio trazer a notícia da internação da minha esposa, para fazer uma cirurgia nas axilas na qual já estava aguardando a mais de um ano. E neste dia era também o dia do seu aniversário. Foi uma noite tensa para mim.
Dia 30 de Julho, 4ª feira, recebi a visita do irmão Edson, nós nos abraçamos e choramos muito! Mas, logo veio à alegria em saber que a minha esposa teria sido bem sucedida na cirurgia e que minha irmã Elaine fez companhia para ela o tempo todo. O mano ficou muito assustado com o cheiro de nicotina empreguinado em mim, pois, nunca fumei e estava fedendo nicotina. Isto é devido à cela ser pequena e a maioria das pessoas fumarem.
Na DPE tem uma cantina onde compramos alguns alimentos como: coca-cola de 2l, que na rua custava $ 1,90 e lá $ 5,00, uma carteira de cigarros Derby que custa na rua $ 2,25 lá $ 5,00, o quero dizer é que além de presos, somos explorados pela a polícia. Todos os produtos comprados na cantina era comprado pelos os correria da ala, ou seja, o cirrose ou o rato. Poucos meses depois o rato faleceu devido a uma doença crônica não divulgada.
Dia 06 de Agosto, recebi a minha 3ª visita, na qual minha esposa estava recém-operada e ainda teve forças de vir me ver. Ela estava com dois drenos nas axilas e neste dia quem estava dirigindo para ela era o Jair, depois da minha visita ela foi visitar o Ronaldo na papuda, pois o mesmo estava há 15 dias sem visitas. Nesta visita eu recebi o comunicado de que eu iria descer para a papuda no próximo bonde. Ela me disse também que o filho do Wilson, o Bruno teria sido preso como "Jack", estrupador.
“CENTRO DE DETENÇÃO PROVISÓRIA-CDP”
No dia 08 de Agosto, 6ª feira às 07h30, fomos todos para o gaiolão. Fomos todos revistados e as 09h00 nos colocaram nas viaturas para irmos para o "Centro de Detenção Provisória o CDP. Fomos escoltados até a papuda, o trajeto que a polícia faz é o seguinte: sai via Sudoeste, para pelo o setor militar, segue pela a avenida das nações na L4, passando em frente às embaixadas, passa pela a ponte JK, Jardim Botânico e chegamos na "Fazenda Papuda" que fica localizada no na cidade de São Sebastião/DF. Quando fomos descer da viatura, tivemos que descer de costa e cabeça baixa o tempo todo, os policiais que aqui trabalham são preparados para fazer terrorismo com os presos. Quem nos recebe no presídio é a temida GPOE, eles ficam o tempo todo nos xingando, nos humilhando e dando porrada em quem vacila. Os presos que passaram pelo o CAJE são aterrorizados e apanham bastante, pois os policiais que trabalham aqui na papuda, também trabalham no caje e lá por serem menores os internos abusam da paciência dos policias.
 Então, fomos para um pátio onde ficamos todos nus, fomos cortar o cabelo, fazer a barba, fazer a revista no material pessoal, depois fomos ter uma palestra com o diretor do presídio e fazer nova identificação. Logo depois recebemos o número da cela que ficaríamos, recebemos a marmitex e fomos para as celas. Eu fui para a ala B e a cela nº 4 do pátio três. Fui recebido pelos os seguintes internos: o Dinei, o Carlos, o Jeremie, o Ademir, o Tiago, o Hudgleison, o Carlos Jardim e vários outros.
 “Esta imagem é da cela do pátio três, da ala B”. Na cela sempre quem dá as opiniões são os presos mais antigos, porém, eu não tive qualquer problema com essas pessoas, pelo o contrário me respeitaram bastante e depois de terem lido a minha nota de culpa me deram bastante orientação e como eu deveria agir ali dentro. Todos perceberam o medo que eu sentia, parecia um gato acuado por vários cães! Afinal, eu cair de laranja nesse crime. Entretanto, o camaronês Jeremie que estava preso há seis meses no artigo 155, me deu bastante orientação, nos dois eram os mais velhos da cela ele com 38 anos e 43 anos. Dia 15 de agosto, eu recebi a visita de um tabelião que foi levar uma procuração para eu assinar dando o direito para a minha esposa resolver qualquer pendência que ficaram em meu nome, porém, não foi preciso ela usar.
Dia 20 de Agosto, recebi a visita do Dr. Mário e do Dr. Rodrigo eles foram me comunicar e orientar-me sobre a minha audiência, fiquei muito otimista, pois, já estava preso há 33 dias e não havia nenhuma perspectiva de saída.
 Dia 21 de Agosto, 4ª feira, por volta das 09h30 estava recebendo a primeira visita no CDP, e nesta visita vieram o meu pai, a minha mãe, o meu irmão Walter e a minha esposa. Os primeiros a entrar foram o meu pai e meu irmão, quando os vir, não agüentei chorei demais, pois, estava muito oprimido e carente do carinho da família, já fazia 15 dias que eu não via ninguém da família. Quando a minha mãe e minha esposa entraram foi outro chorou, mas depois fiquei bem. Esta foto acima é o posto onde todos os visitantes são identificados.
No dia 22 de Agosto, 6ª feira, um dia após a visita depois da chegada do bonde da DPE, fomos para o banho de sol e maioria dos detentos havia feito compras "cobal", e neste dia adentraram os internos Braz e o gordo do Valparaiso. Este gordo havia aplicado vários golpes "171" em alguns internos que ali estavam e na ocasião as vítimas estavam na rua.
Quando o gordo chegou à cela, ele foi indagado pelo o interno zotan, sobre os ocorridos na rua e o mesmo negou tudo. Só que ele não esperava que o interno JC que estava deitado na "jega", ou seja, na cama estivesse ali. Quando ele viu o JC já foi se desculpando dos erros cometidos na rua, mas o JC não o perdoou! Então, o gordo começou a pagar pelos os seus erros, mandaram ficar sentado no piso molhado e de cabeça baixa lá na "fazendinha", ou seja, na área da cozinha e ainda jogaram água na sua roupa.
Daí pra frente começou uma sessão de tortura dos presos sobre ele, quase todos batiam nele, davam tapas na cara, na cabeça, nas costas, chutavam, davam pancada nos rins e ainda colocaram para lavar as roupas dos detentos e fazer faxina, isto é, virou a doméstica da cela.
Depois passaram um "bereu", bilhete para todas as celas da ala, quando foi à noite fizeram uma "Tereza", corda de lençol, e colocaram em seu pescoço e passaram pelos os comungois das celas 3, 2 e um e começaram a enforcá-lo.
“““ “““ E nisso, ala C que estava sem energia devido o uso do “pato”, fervedor, feito de latinhas para cozinhar alimentos na cela, os detentos começaram a gritar,” a energia ai” e bater nas portas das celas. Imaginam mais de 200 homens gritando e batendo nas portas das celas... É um barulho infernal, perturba qualquer trabalhador. Os policiais ligaram à energia e aviso que se caísse de novo à energia, eles não iriam ligar e iriam dar um "batifum", ou seja, invadir as celas. Foi quando um 
detento da ala C gritou: " Demorou"!!!. Aí se fez um longo silêncio e os detentos já ficaram ligados.
E nisso sempre fica um detento com um pedaço de espelho olhando o movimento da polícia, quando de repente o Lucivan que estava olhando pelo o comungou, saiu correndo dizendo: A GPOE está entrando até com cachorro! E ouvimos os disparo de espingarda 12 na ala B e C ao mesmo tempo. E gritaram! Todos sentados nos corredores da cela e só de cuecas. Então os policiais começaram a pagar geral pra todos, e disseram que ia tirar uma cela pra castigo e cela escolhida foi a do cantor de rap o "Rei", mas quando o policial passou em frente a nossa cela o gordo começou a gritar: Seu policia me tira daqui, que eles vão me matar! O policial o mandouele sentar e ficar calado, foi quando ele tornou a falar: tira-me daqui que eles vão me matar!
Então o policial chamou o chefe de policia e disse que a B4 tinha um xerife e queria matar o gordo. Mandou o gordo sair da cela e falar quem era o xerife que queria lhe matar. O mesmo denunciou o Thiago (zotan), o João Carlos (JC), o Muriçoca e o Arnon, então, os policiais mandou todos nos sair da cela sem cueca e sentar no corredor e todos que saiam levava uma sandálhada na bunda ou uma cacetada.
Depois que toda a cela estava sentada no corredor, eles entraram na cela pegaram as roupas, os colchões, os alimentos e jogaram tudo debaixo do chuveiro. E nisso tudo ainda tinha um cachorro rotteweller de nome "totó", que babava de raiva dos presos. Quando todos estavam sentados no corredor, o policial mandou o xerife da cela se manifestar ou ele iria buscar onde estivesse. Como ninguém se apresentou, ele perguntou o nome ao gordo e chamou o Thiago, ele se levantou chorando dizendo que não foi ele, mas o policial não quis saber de nada, deu-lhe um mata leão até ele desmaiar e mandou os outros se apresentarem, só que nessas horas não tem ninguém valente perante a policia.
No final do batifum, eles colocaram o zotan sentado em cima dos colchões que estavam no boi e abriu o chuveiro deixando ele lá um bom tempo. E mandou o restante dos presos gritarem em voz alta toda vez que perguntavam: Qual o nome dessa operação? Respondia-nos. Demorou! O que vocês são? Somos cuzudos e bundões!
No dia seguinte logo depois do confere o JC foi transferido por 10 dias para o castigo, foi nesta oportunidade que o JC ao sair-me mandoueu ficar com a sua jega, ia ser a primeira noite que iria dormir sossegado, porém, depois do almoço os agentes tornaram a invadir a ala B e nos mandaram arrumar todos os materiais que iríamos ser transferidos para a ala C do bloco um, foi uma correria, pois, o que ficasse ia para o lixo. Até as pamonhas do gringo foram para o lixo.
Fomos todos para o fundo do pátio de visita, então foi feito o confere e conforme iam chamando por nome iam sentando até formar uma fila com 20 detentos. Enfileirados e com o braço direito estendido até ao ombro do detento à frente, fomos transferidos para o bloco um. Eu fui para a ala C4, a cela quatro era a única nova do presídio, pois, ela era a cela dos classificados. O diretor do bloco um, o Sr. Felix, conhecido como cabelo de miojo ficou bravo, dizendo que reformou a cela toda e agora nós iríamos suja tudo. Apesar do lugar não ser bom pra ninguém! Mas, a cela que estávamos era consideradas cinco estrelas, devido o seu tamanho media 6mx6m, dava até pra correr dentro dela, tinha dois banheiros e espaço a vontade e ficávamos de frente o QG da policia.
A C4, a "Abençoada" era grande só que não tinha muita ventilação, como só tinha 14 detentos estava ótimo. Mas passado alguns meses depois houve outra transferência de detentos da Ala D do delta e a nossa cela ficou lotada, colocaram de uma só vez 10 detentos. Na cadeia sempre há essa rotatividade, e nessa mudança eu conheci o Marivaldo da Samambaia, que era chamado de "coroa lisão", este apelido era devido a sua agilidade como lutador de vale-tudo, ele tinha 44 anos e estava presa na lei Maria da Penha, conheci também o Bocal do Paranoá, o mineiro Saci que foi preso no aeroporto embarcando com drogas para a Holanda e outros mais.
No dia 1º de Setembro, caiu a primeira chuva do ano e na madrugada e foi uma chuva muito forte. Acordei com o barulho da chuva, apesar de que a chuva nos trazia alegria, eu estava depressivo e muito revoltado com a situação em que o Ronaldo me colocara. Os piores dias para os detentos são os sábados, domingos e feriados, isto porque não acontece nenhum movimento na cadeia, a não ser só confusão.
Todos os sábados e domingos o irmão Demir da ala B, acordava os detentos das alas B e C, cantando louvores, um hino que me mexeu muito comigo foi o hino que falava do sofrimento de Jó, este homem perdeu seus filhos, suas riquezas, mas nunca blasfemou contra Deus e venceu a sua luta. Então, porque eu não venceria! O Deus de hoje é o mesmo Deus daquele tempo e Deus me deu a minha vitória.
No dia 03 de Setembro, eu estava recebendo a 2ª visita no CDP, nesta visita havia um clima tenso no presídio, pois havia um helicóptero da policia sobrevoando os pátios de visita. Nós detentos estávamos apreensivos aguardando as visitas entrarem, isto é, poucos iriam ter visita devido à mudança de pátio que havia acontecido. Por sorte eu recebi a minha visita, mas 80% dos detentos não receberam suas visitas. Ficamos sabendo que no dia 17 de setembro houve uma rebelião no cascavel, este era o motivo do carcará está sobrevoando os pátios.
Enquanto a minha esposa estava me visitando, o seu sobrinho Marcelo Alves, estava roubando o meu computador, a minha impressora, levando tudo dentro de um carrinho de obras e vendeu para um vigilante que estava de serviços numa loja de cursinho na quadra 17 da ceiândia norte por $ 150,00, enquanto eu paguei $ 1.600,00. Mas quando ela chegou a casa, foi ao seu encontro e conseguiu recuperar tudo. Ele se encontrava num hotel da quadra 18 da ceilândia sul, juntamente com outro viciado fumando crack comprado com o dinheiro da venda.
No dia 03 de Setembro, durante a visita fui chamado para a sala do oficial de justiça, estava chegando a minha notificação do ministério público. E neste mesmo dia a minha esposa me comunicou que eu iria ser ouvido pelo o juiz o Dr. Carlos Pires, o juiz mais temido do sistema prisional, pois, este juiz perdeu uma filha por overdose de cocaína. Então, todo crime do artigo 33 que passasse por ele era cadeia na certa e muita cadeia.
No dia 10 de Setembro, por volta das 16h00, recebi o comunicado que dia 11 de setembro as 14h00, seriam a minha audiência. Então, jantei e fui me preparar psicologicamente para o julgamento, pois, não seria fácil para mim, nunca havia estado em tribunal perante um promotor e um juiz. Antes de tudo eu tinha muita fé que eu sairia dessa cilada que o satanás me proporcionou, mas o meu juiz e meu promotor estavam nos céus e eu tinha fé que Deus iria me absolver. 
 Dia do Julgamento.
No dia 11 de Setembro, logo após o café os agentes me levaram para o corró, cela onde aguardamos até a saída para o tribunal. Geralmente eles nos tiram depois da xepa do almoço e eu havia acabado de se barbear e iria tomar banho, mas não deu tempo e tive que trocar de roupas na frente dos demais internos. Lá no corró fiquei até as 13h40, eu e os demais fomos para a sala de revista geral. Neste dia não podemos levar nada a não ser a roupa do corpo e a revista é criteriosa.
Às 13h48, eu embarquei na viatura e seguimos rumo ao cascavel para pegar alguns detentos e o reforço policial para nos escoltar até ao tribunal. Quando chegamos ao tribunal a GPOE nos conduziu até a uma cela que fica no subsolo do tribunal, assim que chegamos à cela o meu advogado já estava a minha espera, pois, a sala de audiência já estava pronta só me aguardando para dá início ao julgamento. As pessoas que foram testemunhar a meu favor foram: O Sr. Eduardo, O Sr. Edvan e o Sr. João Bôsco.
Na sala de audiência se encontrava o representante da embaixada o Dr. Jorge Jagger, o Cleber, o Evanildo, o Valdeir, a Adriana, a minha esposa e outros parentes, Quando adentrei a sala e sentei de frente para o juiz o Dr. Carlos Pires Soares Neto, porém, eu fui ouvido pelo o juiz substituto o Dr. Edberto Martins de Oliveira e o promotor o Dr. Marcos Juarez Caldas de Oliveira, fiquei muito nervoso, porque sabia que aqueles homens poderiam cometer injustiça comigo, mas logo me acalmei e dei o meu depoimento. Logo em seguida entraram os policiais que me prenderam o soldado José Cláudio Bonina da P2 e o soldado Bernardo Delcárpio de Almeida Ferreira do 8º Batalhão de Ceilândia.
Assim que os policiais adentraram na sala, o juiz mandou o GPOE retirar as nossas algemas, mas a segurança do tribunal disse ao juiz que nós oferecíamos risco ao policial que ali estavam. Mesmo assim o juiz mandou retirar as algemas.
Durante o interrogatório do juiz ao soldado Bernardo, o promotor pediu para fazer algumas observações no depoimento que ele havia feito na delegacia, e ele entrou em muitas contradições, vindo a ficar alterado e dizendo ao promotor que eles "PMS", se envolviam em muitas ocorrências durante ao plantão se serviço, então, não era possível se lembrar de todos os depoimentos relatados na delegacia. O mesmo se levantou e disse ao promotor: O senhor está achando que eu estou mentindo? Isso em voz alta foi quando o promotor o mandouele falar baixo e sentar-se, se não ele poderia receber voz de prisão por desacato à autoridade.
Toda vez que o soldado Bernardo se referia a mim, me chamava de “moreno exaltado", logo depois foi colhido o depoimento do soldado da P2, onde o mesmo entrou também em muitas contradições. Após os depoimentos dos policiais, foi à vez das testemunhas serem ouvidas, onde foi chamado apenas o irmão João Bôsco, na (foto). O juiz e o promotor falaram ao advogado que não seria necessário ouvir as duas testemunhas restantes, que eles já estavam convictos da nossa situação.
Ao término da audiência o Dr. Mário Filho pediu o relaxamento da minha prisão, porém, o promotor pediu para aguardar mais uns 10 dias para a conclusão do processo. Foram 10 dias de aflição, isto é, dias úteis, sendo que duraram 34 dias úteis até o alvará de soltura ser expedido. A mãe de um detento que foi até ao tribunal pra saber o motivo da demora do alvará, ficou sabendo que o juiz que nos interrogou estava de férias e que só ele poderia assinar os alvarás de soltura.
No dia 12 de Setembro, o Marcelo Alves, sobrinho da minha esposa chega ao presídio, sujo e muito magro devido o uso do crack, ele foi para a ala B para o barraco de nome "crime" na cela 38 a mesma que seu irmão estava. No mesmo dia ele nos pediu ajuda de roupas e comida, eu doei uma bermuda e uma camiseta e alguns alimentos, até então eu não sabia do ocorrido na minha casa e também não falou nada. Fiquei sabendo na visita do dia 17 de setembro, fiquei muito chateado, mas deixei em sigilo. Eu poderia ter passado um catatau pra toda ala B ficar sabendo e prejudicá-lo. O crack hoje é uma das drogas que mais destrói as famílias, além de barata ela causa uma forte dependência em jovens e adultos. E está à venda em todo o território nacional. Quem tem um dependente químico na família sabe o quanto é sofrido.
No dia 14 de Setembro, no início da noite o Marcelo passou mal na cela e foi levado desmaiado ao geaid arrastado por outros dois detentos, devido à abstinência das drogas ele desmaiou. Quando um detento passa mal na cela, todos os outros detentos gritam e batem nas portas das celas gritando bem alto e em harmonia "olha o preso passando mal aí", depois de muita gritaria o agente vem ver o que está acontecendo e providencia o socorro.
No dia 17 de Setembro, recebi a 3ª visita no CDP da minha mãe e da minha esposa, elas estavam preocupadas comigo e com o sobrinho dela devidos os fatos ocorridos em casa no dia 03 de setembro, ainda bem que nós estávamos em alas diferentes, se não poderia ter acontecido algum incidente entre nós.
No dia 27 de Setembro, a minha esposa mudou de residência devido ao medo de provável perseguição dos policiais do 8º batalhão que fica bem próximo a nossa residência. Tudo isso está acontecendo devido à má conduta do seu filho. Depois de morar por mais de 21 anos em um local, agora ter mudar por motivos que outras pessoas lhe causam, é, muito triste e humilhante. Até os vizinhos acharam ruim a nossa mudança, mas foi preciso, ficamos quatro meses fora da nossa residência e neste intervalo fomos morar na casa do Cleber e Tatiane a quem agradeço muito!
No dia 1º de Outubro, recebi a 4ª visita no CDP, neste dia vieram a minha mãe, o meu pai e minha esposa. O meu pai neste dia ficou muito chateado devido à grosseria que os agentes o trataram, eles não respeitam ninguém, a maioria deles é maus educados e estúpidos, e não importa a idade do visitante, tratam mal as mães, esposas e familiares dos detentos. Já não basta a humilhação que as pessoas passam para adentrarem no presídio, entendo que não se deve vacilar, se não entra de tudo, mas as famílias dos detentos são vítimas do mundo do crime.
No dia 05 de Outubro, alguns eventos importantes aconteceram. Foi o dia das eleições estaduais e foram também o chá de berço das filhas do meu irmão, as gêmeas Victória e Giovanna. Todos os meus parentes aguardaram até os últimos dias para realizarem a festa, na esperança da minha participação com eles, mas não foi possível, continuei preso.
No dia 12 de Outubro, era o dia das crianças e me lembrei dos meus netos e da minha filha, apesar de que minha filha já estava com quase 15 anos, mas para nós que somos pais, nossos filhos sempre são crianças. Estava faltando dois dias para o aniversário da minha filha, eu estava com muita esperança de sair, mas, mais uma vez não sair.
No dia 13 de Outubro, 2ª feira, Foi um dia de muita angústia e esperança, pois, estava com 22 dias úteis depois da audiência e dias anteriores e principalmente neste dia, falei e pedir muito a Deus, a minha liberdade, porque no outro dia seria o aniversário de 15 anos da minha filha. Quando chegou a noite e cantou o alvará e eu não fui chamado, me bateu uma grande tristeza misturada com ódio, devido à situação que o Ronaldo me colocara, tirando um dos momentos mais especial da vida da minha filha, que era festejar os seus 15 anos. Eu e ela já tínhamos planos de como seria a sua festa.
No dia 14 de Outubro, na minha falta a minha mãe fez um belo bolo e levou para minha filha me representando. A minha mãe me relatou que foram muitas emoções entre eles. No presídio eu era uma tristeza só! Apesar da tristeza fui orar e pedir que Deus abençoasse a minha filha.
No dia 15 de Outubro, 4ª feira, era mais um dia de visita, foi a 5ª e última visita naquele centro de detenção. Recebi as visitas da minha mãe, da minha esposa e do Gustavo filho do Ronaldo, quando conversei com minha mãe a respeito do aniversário da minha filha, deitei o rosto no seu colo e chorei como criança, aliás, choramos juntos! Nesta mesma ocasião o advogado mandou avisar ao Ronaldo que eu iria sair e ele o ministério público estava pedindo a sua condenação.
Ele entrou em desespero e chorou bastante e quase arrumou confusão na fila da cantina com outro interno, chegando a falar mal e falar palavras de baixo Carlão perante as visitas, sabendo ele que essas atitudes não são aceitas entre os detentos. Ao término da visita, os detentos marcaram uma reunião no próximo banho de sol, devido a sua má atitude.
E no banho de sol, do dia seguinte, ficou decidido que nenhum detento estava autorizado a fazer ponte de compras na cantina, que no dia de visita a preferência era dos visitantes. Isso foi decidido com os detentos mais antigos de cada cela, mas até ficar tudo resolvido sem nenhuma confusão todos os demais detentos ficaram bastante apreensivos, porque qualquer suspeita de confusão os agentes tocam a "cachorra", isto é, toca a sirene e quando essa cachorra toca os detentos se dão mal, pois, a GPOE invade e bate sem dó.
Por falar em tocar a cachorra, poucos dias atrás um detento da cela dois teve que bater na lata, isto é, pedir pra mudar de cela e ir para o seguro. Quando ele chegou à cela ele falou aos detentos que estava no artigo Maria da Penha, mas quando chegou a sua notificação era outro assunto! Ele havia quebrado os dentes da filha, por causa de uma coca-cola. E quem bate em criança, em mulher, em idoso não é bem vindo na cadeia, pois, quando foi à noite os detentos da cela dele deram um atropelo nele, quando foi no banho de sol ele teve que bater na lata pra não morrer!
Durante o banho de sol, ele teve que ficar sentado próximo a cantina de cabeça baixa o tempo todo, e todos que passavam perto dele dava-lhe chutes e pontapés e estavam só aguardando a distração dos agentes para meter a "função" nele, função é um espeto pontiagudo feito de barra de ferro que é retirado das construções. Em todas as alas tem uma função, por mais que os agentes façam revistas nas celas não conseguem encontrar todas.
No dia 21 de Outubro, 3ª feira, por volta das 21h30, como sempre todos da cela ficam em silêncio aguardando a chamada do alvará e neste dia chamaram o meu nome. Eu estava sentado na jega do Carlos Jardim, quando o agente falou: Quem é Israel? E eu respondi! Moreira da Silva sou eu senhor! Então, todo da cela tem que sentar no corredor de costas para a porta e eu ficar aguardando eles abrirem, mas nos momentos todos me abraçaram se despedindo de mim, o pior foi que a ala C toda começou a gritar os nossos nomes. O chefe de pátio ficou bravo! Graças a Deus estou livre! Nós saímos do CDP depois da 0h00, ou seja, na madrugada de 4ª feira, fomos recebidos pelas seguintes pessoas: Minha mãe; minha esposa; minhas irmãs Valdete; Edna; Elaine e seu esposo; o Paulo; e a Graciara.
Passei na casa do irmão Edson para ver as sobrinhas gêmeas que tinham nascidas há poucos dias. Quando cheguei a casa fui recebido por vários amigos como: O Cleber; A Tati; A Adriana e meus netos; O Evanildo e esposa; dona Aparecida; A Sandrinha e esposo; a Marta; o Charlyson e outros amigos. Fiquei muito alegre com a presença de todos, vocês não tem noção da minha satisfação de tê-los como amigos. 
No dia 22 de Outubro, 4ª feira, no período da tarde fiz uma visita na empresa na qual presto serviço desde julho 1995, na Kongelig Dansk Ambassade, fui muito bem recebido por todos. Após sair da empresa fui até a pensão Dom Bôsco situada na W-3 sul e conversei com a senhora Fátima a respeito dos pertences do amigo Jeremie. Na tarde do mesmo dia o amigo Raimundo me ligou e disse que a 1ª ministra havia deixado um envelope na guarita para a minha esposa pegar no dia seguinte e no dia seguinte recebi o envelope lacrado, pra minha surpresa havia $ 500,00 de benção, como é dito na prisão. Em seguida liguei para a 1ª ministra G. Becker e lhe agradeci.
Tenho muita gratidão pelas as pessoas que me ajudaram durante o período que eu estive preso. Não vou citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém, só posso recompensar através das minhas orações a Deus por todos vocês. O embaixador Christian Konigsfeldt me ajudou bastante durante o período do meu processo. Ele foi falar com o juiz antes da minha audiência a respeito da minha pessoa.
Tenho certeza que foi Deus que colocou ele em meu caminho, pois, uma pessoa da magnitude dele não iria olhar para um simples prestador de serviço de segurança.
No dia 21 de novembro, 6ª feira, por volta das 19h00 o Ronaldo estava sendo preso novamente por tráfico de drogas.
No dia 25 de novembro, 3ª feira, por volta das 09h00, eu estava no meu posto de trabalho e presenciei o bonde que ele estava indo para a papuda. Ele foi para o bloco dois, pra ala C e cela quatro e ficou detido por 118 dias.
No dia 19 de março de 2009, 5ª feira, ele recebeu o alvará de soltura e infelizmente ele não muda suas atitudes, continua no mundo do crime.
No dia 11 de junho de 2009, na madrugada de 5ª feira, foram presos o Ronaldo e o Marcelo em Taguatinga Centro, com eles foram encontrados pequenas quantidade de entorpecentes para uso de ambos e $ 550,00, mas como já foram fichados por outros crimes, os dois assinaram um 33.
Eles foram para o CDP no dia 12/6 e estão no bloco um na ala B. No dia 1º de julho às 16h00, foi emitido o alvará de soltura de ambos, através de pedido de relaxamento da prisão e o juiz o Dr. Carlos Pires Soares Neto aceitou o pedido. Ficaram 20 dias presos.
Apesar de tudo ela não o abandona! Às vezes perguntamos a Deus porque tanto sofrimento. Ela é companheira, amiga, solidária a toda família e bastante humilde e amada por toda família. Eu agradeço a Deus por você estar na minha vida.
Nesta (foto retirada) ao lado estão o meu pai Geraldo e meu irmão Wagner. O meu pai me visitava quinzenalmente e meu irmão me ajudou financeiramente, graças a Deus eu tenho uma família maravilhosa. O meu irmão não me visitou devido ao seu trabalho e o seu nome não estava cadastrado no sistema de visitas, mas mesmo assim deixo aqui os meus sinceros agradecimentos pela a ajuda.
As celas no sistema penitenciário são pequenas, sem ventilação, os beliches são de concreto e super lotada como ver você na foto ao lado. E você tem que conviver com pessoas doentes, pessoas com infecções na pele, pessoas que não gostam de se higienizar, com maus odores e a noite ouvir roncos e puns diversos, até parece uma orquestra sinfônica. É o que o sistema oferece pra quem vive no mundo do crime. E essa situação está acontecendo em todos os centros penitenciários do Brasil, e a maioria das pessoas é reincidente no crime, ou seja, ficam presos e depois da liberdade conquistada voltam de novos. Eu conheço bastantes pessoas que cometeram outros crimes até de potencial mais grave.
Esta foto é da entrada para o presídio no dia da visita, é bastantes pessoas, a maioria são mulheres e crianças. A revista íntima é rigorosa e humilhante. A mulher tem que abaixar três vezes defronte a um espelho expondo a sua área genital para as agentes, com esse rigor todas algumas mulheres de detentos consegue adentrar com drogas dentro da vagina. E os homens entram com drogas dentro do estômago e no ânus.
A seguir estarei relatando histórias verídicas dos detentos com quem eu convivi durante esses 94 dias.
Quero deixar bem claro que, não sou a favor e nem apoio nenhum delito criminoso. Lugar de bandido é na cadeia. Os relatos abaixo são verdadeiros conforme  as citações do MP.

Alessandro - artigo 121 - assassinou o professor Carlos Mota/Lago Oeste.

Acusados da morte de professor Carlos Mota vão a júri .
Tive o desprazer de conviver com esses meliantes no complexo da DPE. Na época o Alessandro culpava o Gilson do crime e dizia que caiu como laranja, mas agora vimos que ele teve participação no crime. Em conversa com Alessandro descobrir que ele estudou na escola do professor Carlos e que ele também conhecia o filho do meu compadre que trabalha e mora no Lago Oeste.
Os três acusados responderão por homicídio qualificado, por motivo fútil
Os quatro acusados do assassinato do diretor do Centro Educacional do Lago Oeste, professor Carlos Mota, vão a júri nesta quarta-feira (11). Carlos Lima do Nascimento, Benedito Alexandre do Nascimento e Alessandro José de Sousa confessaram ter matado o professor, de 44 anos.
Os três acusados responderão por homicídio qualificado, por motivo fútil e meio que impossibilitou a defesa da vítima. O quarto acusado de participação no crime, Gilson de Oliveira, recorreu da sentença de pronúncia e teve o processo desmembrado. Gilson vai ser julgado após apreciação do recurso pela 2ª Instância do TJDFT.
O crime aconteceu no dia 20 de julho de 2008. Carlos foi alvejado por três tiros, um deles certeiro, logo acima do coração. Na época do crime, depoimentos colhidos pela polícia afirmavam que o professor foi morto por que estava impedindo o tráfico de drogas na escola.
Chayane - artigo 33
Imagine que cena hilariante! Fomos para o banho de sol da tarde, chegando lá fui para a fila do corte de cabelo. De repente entra no pátio a Chayane, isso mesmo a Chayane. Fiquei surpreso! Uma mulher cortando os cabelos dos detentos! Aguardei a minha vez sem entender direito o que estava acontecendo.
E nisso... Vários detentos fazendo comentários absurdos. Afinal uma mulher em meio de tantos detentos homens. Da fila passei a observar a tal Chayane. Usando o traje da prisão, isto é, calça branca, sandálias havaianas brancas, camiseta branca, cabelo cortado baixo e barba feita.
Porém, as suas características eram bem chamativas! Ela tinha as nádegas grandes, seios avantajados e pele bem tratada e a voz feminina. Entretanto, nenhum detento poderia lhe fazer qualquer comentário, pois, ela era protegida dos agentes penitenciários e eles tinham ciúmes dela.
Depois disso, ela passou a freqüentar os corredores das celas, recolhendo e entregando as cartas para os detentos e fazia pedidos de medicamentos, mas sempre acompanhada de um agente. Ela nunca entrava no corredor sozinho e se tornou uma atração para os presos.
Certa vez, ela entrou para entregar uns medicamentos para detentos que bebiam remédios controlados e o JB da ala "B" falou em voz alta: "Chayane meu amor, como eu queria tanto ficar com você sozinho, pra te chamar de cachorra", e nisso, o agente ouviu e o ameaçou levá-lo para o castigo se a aquela situação acontecesse novamente. E disse para toda a ala, quem mexer com ela vai ser punido com o castigo.
A Chayane dormia na cela dos classificados. Classificados são os detentos de bom comportamento que prestam serviços dentro do sistema prisional. Segundo alguns classificados, a Chayane dormia bem à vontade, ou seja, de shortinho e camiseta e usa calcinha. E às vezes à noite deixava os seios amostra, era tentador, mas ela era protegida da policia e ninguém falava nada. "Deus, foi misericordioso comigo, vir tanta coisa errada e mesmo assim não cair em tentação"
Irmão Matusalém
 O irmão Matusalém era o pregador do evangelho na nossa ala, ele estava preso porque deu carona para alguns amigos que havia assassinado cinco pessoas, uma chacina. Ao longo do caminho foram abordados pela a polícia e estão todos presos, apesar dos amigos assumirem o crime ele está aguardando o julgamento há nove meses.
José Neris de Planaltina.
O José Neris, vulgo Zezinho do DVD, está preso no artigo 16 da Maria da Penha e como incendiário artigo 280. Segundo a sua notificação diz que, a sua esposa lhe pediu o divórcio e ele consternado com o pedido, colocou fogo em um sofá velho onde o fogo se propagou e atingiu a sua casa e a do vizinho. Aí virou um princípio de incêndio, se não fosse à solidariedade dos vizinhos, a sua esposa, uma amiga e uma criança recém-nascida teriam se queimados. Na cela ele tinha poucos amigos, devido à mudança constante de sua personalidade, era uma pessoa muita prestativa, era o professor pardal da cela, porém, era muito chato às vezes! Como ele era analfabeto quem escrevia as suas "choronas", isto é, cartas, era eu e com isso ganhei a sua confiança. Ele estava preso há quatro meses e só quem o visitava era a sua mãe, pois, a esposa como foi vítima no processo que estava rolando, ela não podia visitá-lo, ela até tentou, mas os agentes não deixaram entrar.
No dia da sua audiência estava muito convicto que iria embora, então pegou os seus pertences e doaram alguns e vendeu outros, quando voltou da audiência ele passou muita vergonha e virou motivo de chacota na cela, ele nos disse que na audiência a mulher falou que arrumou outro homem, porque ele batia nela. Apesar das picuinhas que ele arrumava na cela, quando ele passou devido à falta dos remédios controlados que ele bebia, os detentos bateram na lata por ele pedindo socorro.
Anaziel
O Anaziel vulgo bibil, é o bom baiano de Alcobaça, este estava preso por furtar fios de cobre da Brasil Telecom, ele ficou sem visitas um bom período, o corre de lavar roupas da cela era dele, pois, não tinha renda alguma. Ficaram presos uns quatro meses e recebeu o seu alvará. Bibil era uma pessoa muito boa, sempre procurava a ajudar o seu próximo, era bem querido na cela. Ele só não gostava do sturt da santa Maria, mas nada sério demais...
Stuart da Santa Maria.
O Elias vulgo stuart da Santa Maria, é um 155 nato, já passou pelo o caje várias vezes e estava respondendo por mais de três artigos 155 (roubo), na verdade é um homem inrustido de moleque! É outra pessoa que arrumou muita confusão na cela, devido a sua esperteza com os detentos que chegava à cela, então, os detentos já domiciliados não aceitavam a extorsão. Mas ele fazia isso naturalmente, ás vezes sem maldade, e com isso alguns detentos liderados pelo o neguinho Hudgleison do recanto, o Claudionor "Braz" e o Rafael do recanto queriam que ele batesse na lata.
Entretanto, eu, o Jeremie e o irmão Ademir tentaram acalmar a situação, ficou acertado que após a visita iríamos chegar a um veredito, porém, o sturt levou o caso ao cara-de-kombi "Ronaldo", aonde este chegou e falou com os responsáveis que queriam que ele batesse na lata dizendo que quem deveria bater na lata são os caguetas ou ladrão e isso o moleque não é, então ele permaneceu na cela, mas passou por um caminho muito estreito, quase que levou uma surra da turma do lado B.
Brazlândia, vulgo Brás.
O Braz veio para a nossa ala, apesar de que ele não era mais primário, mas, havia cumprido a sua pena no crime anterior que foi um latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Na época ele foi assaltar um taxista e matou o mesmo. Puxou 15 anos de cadeia e ainda participou da rebelião que teve na papuda em 1994. Apesar da experiência de cadeia, ele provocou muitas situações adversas na cela entre os presos. Na cela ele fazia vários artesanatos para vender pra família dos presos. Desta vez ele foi preso no artigo 157, ele e um menor foram assaltar uma chácara. Durante o assalto eles estavam colocando as pessoas dentro de um quarto, quando foram abordar as outras que pessoas que estavam chegando, a empregada pulou a janela e chamou a policia. Quando a policia chegou correram mato adentra, mas, foram capturados. 
Carlos da Souza Cruz. 
O Carlão morador da cidade do Gama, este era patrão. Na cela e na ala ele vendia cigarros, pão com aurora (mortadela), instigante (brigadeiro), e outras mercadorias. Ele estava preso por liderar uma quadrilha de roubo de cargas de cigarros da Souza Cruz, ele ficou preso por nove meses até prenderem os outros comparsas. Quando a policia prendeu o Branco e seu parceiro que trabalhavam na região de minas gerais e nordeste, apesar do Carlos conhecer o branco e seu parceiro, eles não trabalhavam juntos, então o MP mandou soltar o Carlão. 
Branco Souza Cruz.
O branco estava na cela B3, mas depois que o Carlão foi embora ele foi transferido para a cela B4. Ele roubava cargas de cigarros na região de minas e no nordeste, eles abordavam os caminhões nas estradas, retiravam as cargas e escondiam em galpões nas fazendas ou transferiam para caminhões escondidos no mato. As cargas eram encomendadas por receptadores. Na ala B o branco era o cantor de moda sertaneja, a sua família mora em Uberlândia-MG, mesmo sendo longe à distância a sua esposa não faltava em nenhuma visita que era quinzenal. 
Rei - cantor de rap do grupo "Cirurgia Moral".
O Rei é cantor de rap aqui no DF, ele e dois amigos do grupo foram presos por tráfico de drogas, um dos amigos estava com 50 gramas de maconha debaixo do banco do carro, quando foram parados numa blitz, após sessenta dias o Rei e um dos amigos foram soltos, aos sábados depois das 18h00 o Rei e toda a ala B e C cantarolavam os rappers da cirurgia, dos Racionais mc´s e dos demais grupos conhecidos. Ele ficou preso na B8, na cela do irmão matusalém.
Jeová e Magrelo.
Essa dupla aterrorizou o centro de ceilândia por várias vezes, pois, eles roubaram as lojas Fujioka, Ponto frio, Ricardo-eletro e outras mais. Eles adentravam as lojas antes de abrir ao público, abordavam todos os funcionários e prendiam todos no banheiro da loja e depois roubavam eletro-domésticos, isto é, só os mais caros. Em um dos assaltos a policia saiu na perseguição deles, onde eles atiraram no pára-brisa e nos pneus da viatura descaracterizado, vindo a acertar um tiro no policial, só não morreu porque estava de colete, neste dia até o helicóptero da policia foi atrás deles. Então, eles durante fuga na avenida leste norte, eles estacionaram o carro no estacionamento da madereira Maranata que fica na quadra 25 em frente ao setor "O", e saíram caminhando numa boa, depois de alguns meses foram presos em casa. Na cela o Jeová era o cantor de MPB e o magrelo dormia o dia inteiro e a noite ficava matando as baratas. Os dois foram sentenciados e foram para o 
cascavel.
Francisco - O Piauí.
O Piauí está envolvido numa história sinistra, ele é trabalhador da área rural e se envolveu juntamente com um amigo em um homicídio. Segundo ele, a pessoa que ele assassinou era bandida e ele matou pra não morrer. Ele e a vítima eram amigos e jogavam bola juntos, saiam para as baladas e eram vizinhos, porém, este amigo tinha o costume de paquerar sua namorada. Por várias vezes a sua namorada reclamou da situação e que o mesmo chegou a passar a mão em suas nádegas. Então, o Piauí chamou o amigo para jogar sinuca em bar localizado no Conic.
Depois de jogarem e beberem bastante, foram para o setor de chácara de Sobradinho, chegando lá o Piauí foi falar sobre as cantadas que ele estava dando na mulher dele, o rapaz não gostou e disse que iria matá-lo, então, o Piauí pegou uma faca tipo peixeira e desferiu um golpe fatal no peito vindo a perfurar o coração do rapaz. Ele e o amigo pegaram o corpo e colocaram no porta-malas do carro e jogou a vítima no lixão. O crime só foi descoberto devido à denúncia da mulher do amigo. A policia prendeu os dois, mas não teve nenhuma testemunha para acusá-los na primeira audiência. Se não aparecer ninguém na segunda audiência o ministério público terá que soltá-los. 
 Jeremie Piwo Menoh - Africano de Camarões.
O Jeremie foi detido na Asa Sul, próximo ao shopping pátio Brasil com aproximadamente $ 140.000,00. A detenção foi feita pela a policia militar, no ato da prisão os policiais chegou batendo e causando uma grande confusão, deram um forte tapa nos ouvidos do gringo e com isso ele reagiu e derrubou alguns policiais. Isto chamou a atenção dos populares e da policia civil que ia passando pelo o local no momento.
Então, a policia civil tomou de conta da situação, vendo que os militares não falavam inglês e o gringo não falava português. O gringo está aprendendo a falar português aqui dentro do presídio. O artigo do gringo é 171, só que ele foi preso devido a uma quadrilha de africanos que estão no Brasil aplicando golpe com dinheiro falsificado, mas na verdade ele atua é na área da internet como hacker, tirando grandes quantias em dinheiro das contas de empresários pelo o mundo afora.
Ele teve uma grande decepção amorosa aqui no Brasil, ele conheceu uma moça muito bonita, residente em São Paulo, onde ele fixou sua residência em um condomínio de luxo. Tornou-se sócio de uma grande rede de Lan House na cidade. Patrícia, a moça que ele conheceu, apesar da vida e luxo que ele lhe dava, ela foi capaz de traí-lo com um amigo dela. Uma amiga deles a denunciou dizendo toda a verdade a ele.
Ele sofre muito com o amor pela a filha dela, na qual ele a considerava como filha. Entretanto, toda a mordomia que ele oferecia a ela foi tirada. O tempo de detenção já está vencido, ou seja, ele está preso além do tempo devido. Eu liguei para a Embaixada de Camarões e falei com os responsáveis pelo o assunto e eles me falaram que iam tentar ajudá-lo, mas não mostraram muito interesse por ele.
A situação dele aqui no Brasil é triste, pois, ele não tem visita, não tem quem corre atrás do processo pra ele, bem que tentei ajudá-lo mais o processo dele corre em segredo de justiça. E para o advogado trabalhar na sua causa ele tem que assinar uma procuração, porque não é possível trabalhar sem a autorização do preso. O meu advogado tentou ajudá-lo, mas ele não confiou. Na cela ele é uma pessoa legal, ajuda a todos sem distinção e isso incomoda algumas pessoas, na ala todos gostam dele e os respeitam.
 Em seu país ele foi militar e participou da guerra que aquele país viveu por muitas décadas, as guerras acabaram em 1992. Ele tem várias cicatrizes pelo o corpo de tiros e marcas de tortura que ele sofreu, pois, o mesmo foi oficial do exército. Ele é poliglota e com o português que está aprendendo na cadeia já é a oitava língua que ele fala e escreve, ele estudou na Grécia e em Israel. Foi casado com uma liberiana e tem um filho com ela, eles moram na Líbia. Ele também tem uma fazenda de crocodilos na África onde seus irmãos estão tomando de conta.
Processo no http://www.tjdft.jus.gov.br/ nº: 20080110060875.
Saci de Uberlândia.
O saci foi preso no aeroporto de Brasília pela a policia federal, ele estava levando drogas para a Amsterdam na Holanda, ele havia engolido várias cápsulas com cocaína. Após algum tempo preso na policia federal ele foi transferido para o CDP e em breve vai ser transferido para Uberlândia-MG. Ele foi autuado no artigo 33 como tráfico de drogas internacional. Na cela era uma pessoa bastante prestativa e procurava ajudar a todos.
Carlos - Galeguinho do P.Sul.
O Carlos está preso no artigo 157, ele e o parceiro dele foram fazer um assalto na asa norte, mas não deu certo. Ele estava na direção do veículo para dá a fuga ao parceiro, só que a policia entrou em cena e deu tudo errado. A policia militar da P2 saiu em perseguição no eixo monumental, seguindo para a estrutural e na hora do rush, porém, próxima à cidade Estrutural a policia montou uma barreira em cima do viaduto que dá acesso a EPTG e o prendeu.
Levado á delegacia não foi encontrado nada com ele, porém, o seu parceiro esqueceu o celular dentro do carro e ele não sabia. A policia pegou o celular e ligou para a mãe do seu parceiro dizendo que o celular se encontrava na delegacia e pediu para ela ir buscar. E nisso, o parceiro que havia fugido do flagrante dos policiais foi até a delegacia junto com a mãe dele, e com isso as vítimas o reconheceram e foi mal pra eles.
A mãe do Carlos é uma sofredora, pois, ela tem outro filho preso no cascavel há muitos anos, agora tem visitar os dois no mesmo dia. O Carlos é um camarada sangue bom, todos aqui na cela
Gosta dele e se tiver alguém para ajudá-lo quando sair daqui, com certeza ele sairá dessa vida.
José Jorge - O risca faca.
O risco é morador do Paranoá, no bairro do Itapuã. Alguns anos atrás em bar, depois de beber todas... Ele discutiu com um rapaz e deu-lhe uma facada. Depois do ocorrido ele não teve mais paz espiritual e pessoal, vivia fugindo com medo de ser preso. Certo dia cansado de receber intimação e não comparecer bebeu todas e se entregou na delegacia. Os agentes consultaram a sua situação e ele veio parar aqui no CDP. Ele pegou um castigo de nove meses e saiu no dia da audiência.
A sua audiência foi no mesmo dia da minha, na cela ele era uma pessoa calma e muito tranqüila é uma pessoa que todos irão sentir saudade. A sua audiência foi júri popular, mas tínhamos certeza que ele iria embora naquele dia. Antes de sair ele se converteu a Jesus e apesar de ser analfabeto de tudo, era muito educado e atencioso.
JC da Cidade Ocidental.
O JC está preso no artigo 33 que é tráfico e formação de quadrilha, ele é considerado patrão na cadeia. Ele era procurado pela as policias do Distrito Federal e do Goiás, a sua casa era considerada uma fortaleza, ele tinha até circuito interno de TV na casa e na rua onde morava e é considerado carrasco com seus inimigos. A sua esposa também está presa na colméia por ter assassinado uma amante dele na cidade do Gama. A amante estava grávida e foi morta a facadas. Na cela era uma pessoa tranqüila e solidária, em suas visitas sempre alguém trazia entorpecente pra ele, ele e outros presos passavam a semana toda fumando maconha dentro da cela. Por ele tentar matar um inimigo dentro da cela, o gordo, ele foi enviado para o castigo. 
Ricardo de Planaltina.
O Ricardo foi autuado no artigo 121, homicídio, ele estava na festa com alguns amigos e houve uma briga entre os convidados da festa. Depois de beber bastante, o seu desafeto seu no sofá e dormiu, então, ele pegou uma faca na cozinha da residência e degolou o rapaz. Ele ficou preso uns quatro meses e foi solto, porque nas suas audiências que foram três, não compareceu ninguém para acusá-lo.
Domingos do Paranoá.
O Domingos foi autuado no artigo 171, ele clona cartões de créditos usando o sistema chupa-cabra, colocando estes aparelhos em caixas eletrônicos de bancos. Acreditem! O máximo que ele pode ficar preso é 30 dias a quatro meses. Ele me relatou que já sacou dinheiro no banco Citibank no lago sul, na conta de um diplomata e que tirou muito dinheiro deste. Ele tem vários imóveis e uma loja de confecção na cidade do Valparaiso-GO, onde emprega uma parte do dinheiro roubado. Ele tentou ir para a Espanha para aplicar este golpe, mas não conseguiu porque não havia feito hospedagem alguma no país. E disse que aplica o golpe em todos os estados do Brasil

No dia 18 de Julho de 2009, por volta das 14h00 o Ronaldo foi assassinado com doze tiros de pistola 380. Ele estava na praça da 2/4 sentado no banco quando foi surpreendido por um rapaz com aparência de menor de idade, chegou sacou da arma e tentou atirar em sua cabeça. Eles ainda tiveram uma luta corporal, o Ronaldo tentou se desvencilhar da arma, mas, quando levou o primeiro tiro no braço ficou apavorado e saiu correndo dando as costas para o seu oponente.
Apartir daí o rapaz desferiu vários tiros vindo acertá-lo mortalmente. Mesmo baleado ele ainda conseguiu correr da praça até próximo a casa da sua mãe, gritando e pedindo por socorro. A vizinhança não teve coragem de ajuda-lo, então, a nossa vizinha Marcela entrou na frente de um veículo que passava no momento e pediu ajuda. Durante o percurso para o hospital eles pediram ajuda ao SAMU, os médicos tentaram reanimá-lo, porém, já era tarde, ele havia falecido. O seu sepultamento foi no dia 20 às 15h30 no cemitério São Francisco em Taguatinga Norte. 
Brasília-DF, 23 de setembro de 2.011.

Depois de dois anos e dois meses da morte do Ronaldo, a sua mãe ainda sente muita saudade, sofre muito com a perca do filho, o que faz amenizar um pouco do sofrimento é a presença do neto que ele deixou aos três meses de idade. Hoje com dois anos e cinco meses é a alegria da vovó e do vovô.
Como já relatei, após a morte do Ronaldo, perdemos o Orantino que foi atropelado ao sair da igreja e poucos meses depois perdemos o neto primogênito o Thiago, também atropelado com a bicicleta próximo a linha do metrô no centro de Ceilândia correndo atrás de pipas.
Portanto, o que nos faz esquecer e amenizar essas dores é a presença do Josué, o filho do Ronaldo que eu e a sua vovó assumimos a responsabilidade por ele. Eu estou curtindo muito esse momento, pois não tive filho homem, só tenho uma moça que irá completar 18 anos em outubro. Ele é o filho que não tive e estou curtindo muito, tenho um amor paterno por ele.
Entretanto, o Gustavo e o Josué filhos do Ronaldo e Graciara, nós os criamos como filhos, pois os mesmos são nossos dependentes.

Brasília/DF, 13 de fevereiro de 2.012.

Depois de muito tempo, a 23ª DP intimou Keila Alves, sobrinha do Ronaldo a depor em favor dele. Ela e outras pessoas foram testemunhas oitivas das ameaças sofridas por desafetos da vítima, isso aconteceu 15 dias antes do assassinato. Segundo a delegacia as demais testemunhas irão ser ouvidas em breve.



 Ratinho - artigo 155.
O ratinho é um ladrão de cachanga (casa), devido a sua baixa estatura ele entrava e saia das casas que ele roubava com muita facilidade. Por diversas vezes o dono da residência chegava a casa e não percebia a presença dele.
Na cela ele dava muito trabalho aos demais detentos, pois, o mesmo é dependente químico e mantinha o seu vício com a ajuda dos demais viciados e com isso o detento o tirava de tempo direto. Em certa ocasião na DPE, eu estava lendo a Bíblia a pedido do detento Dnoc´s, quando chegou um agente na cela e disse-me: "Se ele (ratinho), não parasse de fazer barulho, eu iria para o castigo". Então, eu e os demais detentos o proibimos de conversar, se não ele iria dormir no boi (banheiro).
O ratinho mora no Guará, no bairro Lúcio Costa no apartamento da sua mãe. Ele nos relatou que os seus pais foram traficantes de grande potencial no Guará e adjacência. Depois da separação dos seus pais, alguns anos depois o seu pai foi assassinado. O ratinho já é um velho conhecido do sistema carcerário, pois, desde quando menor que ele vem puxando cadeia.
 Hoje dia 18 de Outubro de 2009, está completando três meses que o Ronaldo faleceu. Após esse tempo todo só agora que a polícia me intimou a mãe e a esposa dele para falarmos como foi o ocorrido, então, terça-feira, dia 20/10 irão comparecer à 23ª delegacia.
Até hoje não sabemos que executou ou mandou executar ele, apenas sabemos de boatos que foi fulano ou sicrano, não temos nenhuma linha de investigação. Vamos aguardar os acontecimentos daqui pra frente. Cremos-nos na justiça divina, quem fez isso com ele um dia Deus irá cobrar... Pois o sofrimento que a mãe está passando não é fácil.
Brasília/DF, 21 de Outubro de 2009. Há um ano por volta das 0h30, eu estava saindo em liberdade do "centro de detenção provisória", que fica na área do presídio da papuda no Distrito Federal. Foi um momento de muita felicidade, pois, estava sendo absolvido de um crime que não havia cometido. Agradeci muito ao Senhor Jesus, por ter medo dado à sabedoria de conviver com tantas pessoas criminosas e não me envolver com nenhum deles.
Ontem estive na vigésimas terceira delegacia, para dar depoimento a respeito do assassinato do Ronaldo. Presenciei a cela onde pernoitei na noite de Sábado para Domingo, foi uma das piores noites da minha vida. Uma cela pequena e uma privada fedorenta. Tive que pernoitar com outros detidos, só de cueca e ser humilhado pelos os policiais, até então, eu era considerado com um criminoso.
Nossa! Sentir-me como um dos piores ser humano na face da terra, pois, nunca me imaginei preso, até porque a profissão que eu exerço exige ter a ficha limpa e quem controla a nossa profissão é a polícia federal. Apesar do sofrimento psicológico, foi mais uma experiência na vida, na qual não desejo a ninguém.
O agente policial de nome Breguedo, após ter ouvido o meu relato me exclui do processo, deixando apenas os depoimentos da mãe e da viúva (Graciara). O mais difícil foi ver as fotos tiradas no IML, o corpo dele todo sujo de sangue e crivado de balas, foi uma cena lamentável. O delegado não permitiu a mãe ver as fotos, somente à viúva. E as investigações prosseguem... 

Dinei - artigos 33, 35 e 40
O Dinei morador de Taguatinga Norte foi acusado pelo o Ministério Público de tráfico de drogas, associação e fabricação de merla. Como citei em capítulos anteriores ele era um dos chefes da cela quando lá cheguei. Mas o tempo que permaneci junto com ele, tivemos respeito mútuo um com outro. Ele foi sentenciado a 25 anos de prisão, claro que ele iria apelar à cadeia né... Conversamos muito sobre a década de 80 e 90, foram anos da nossa juventude e de curtição. Então, na época tanto ele como eu freqüentava o Paradão, o Quarentão, o Bernardo Sayão, o Nippo Brasileiro, o Clube Primavera, o Clube City e outros ambientes da época. Eu morei nas QNH e na QNG, tempo bom!
Lucivan - artigo 33
O Lucivam morador de São Sebastião trabalhava de caseiro em residências no Lago Sul, é casado tem duas filhas gêmeas, ficou desempregado e tentou se aventurar no mundo do crime vendendo drogas. Mas, a sua permanência no crime foi curta. Se a família ajudá-lo, tem certeza que ele sairá do crime, pois, acompanhei o seu sofrimento e o medo no presídio. Enquanto estávamos juntos a sua família não faltou a nenhuma visita e isso é um fator exclusivo para a recuperação do preso.
Peito Mucho - artigo 208 (Maria da Penha).
O cearense de vulgo peito mucho, tomou umas pitchulas a mais e ficou brabo com a mulher, quebrando o celular dela e batendo-lhe e foi parar no presídio. Ele trabalha como pintor de paredes e ficou preso por 45 dias até alguém da família pagar a fiança ao juiz. Era uma pessoa tranqüila e solidário, quando recebeu o seu alvará de soltura, ele levou várias choronas com telefones de contatos e ele levou pra todos que pediram esse grande favor.
Eu mesmo precisei do favor dele, pois, estava preso há 15 dias no CDP e a minha visita seria na outra semana, pedir pra ligar para os familiares e ele ligou pra todos. Através deste blog deixou o meu agradecimento a ele. Valeu peito mucho! Muito obrigado mesmo.
Césare Battisti – O Italiano.
Assassinou quatro pessoas no seu país na década de 70, é terrorista e traficante e está refugiado no Brasil. Ele e mais dois comparsas estão presos na mesma ala que estou. Aqui ele compra de tudo vive ambiente sorrateiramente tranqüilo, por ser estrangeiro quando há revista na cela ou qualquer alteração na rotina dos agentes eles não são incomodados. Ele está preso desde março de 2007. Em 08/06/2011, recebeu alvará de soltura concedido pelo o STF (Supremo Tribunal Federal). Graças ao Empenho do ex-presidente Lula, mas, com certeza a Itália irá recorrer a sua deportação nos organismos internacionais.
Na Itália ele foi julgado e condenado por duas vezes a prisão perpetua, ele fazia parte de um grupo extremista à esquerda PAC, ele assaltava e estuprava mulheres, matou um homem na frente do filho de 15 anos, por ter presenciado a morte do pai, ele também atirou no garoto e deixou-o paraplégico e até hoje vive numa cadeira de rodas. Ele sempre zombava das suas vitimas é um assassino frio e cruel e está foragido no Brasil.
Roni da Expansão - artigo 157.
O Roni foi preso com uma quadrinha que trabalhava junto ao DETRAN, com falsificação de RENAVAM e Habilitação. Eu o conhecia como motorista do ônibus pirata, que fazia a linha nº 920, que era do setor "O" até a rodoviária do plano piloto via eixo, eu pegava este às 05h30 e depois ele passou a trabalhar nas vans no mesmo itinerário.
Saci de Uberaba - artigo 33.
O saci morador de Uberaba / MG, foi preso no aeroporto de Brasília transportando cocaína para Amestedan na Holanda, ele havia engolido várias cápsulas, mas, a policia federal desconfiou do seu nervosismo e o prendeu. Nesta empreitada ele receberia $ 5.000,00 pelo o transporte da droga. Não era a primeira vez que ele fazia esse tipo de transporte, ele era uma “MULA”, como é chamado esse tipo de transportador. Antes de ir para o CDP, ele ficou preso na DPF, junto com o Fernandinho "Beira-mar", traficante do Rio de Janeiro.
Paraíba - o carroceiro - artigo 121.

O paraiba morador do estado da Bahia estava preso por ter assassinado o seu amigo de trabalho. Ele trabalhava em sociedade com um amigo de juntar papel e papelão na Esplanada dos Ministérios, no centro de Brasília. Então, certo dia ele e seu parceiro tomaram umas pingas a mais e discutiu, quando o seu parceiro caiu no sono embaixo da carroça, ele pegou uma faca e desferiu vários golpes fatais.
Ele é fã do cantor Amado Batista, Sempre quando ia tomar banho ficavam cantarolando as músicas consideradas bregas... Ele não recebia visita nenhuma, pois, todos os seus familiares moravam na Bahia, ele sobrevivia de doações e das lavagens de roupas e das faxinas que alguns detentos lhe pagavam para comprar o seu cigarro e alguns objetos de higiene.
Irmão Ademir - artigo 33 e 35.
O irmão Ademir é morador do estado do Paraná, ele foi preso na cidade do Núcleo Bandeirante. Ele e mais um parceiro estavam transportando haxixe dentro de eletro-doméstico, sob encomenda de um pessoal do Lago Sul, só que a policia já estava investigando eles e prenderam no momento da entrega da droga. A policia ficou de campana em frente ao hotel até eles seguirem para a residência no Lago, onde foram apreendidas as drogas e mais duas pessoas que aqui estão.
Nesse período que eu estive por lá, a esposa dele veio visitá-lo, mas ela sempre ligava para ele no GEAID. Ele já estava preso há nove meses. Antes dele se envolver com o crime ele era evangélico, mas com as dificuldades da vida resolveu fazer alguns transportes de drogas, essa seria a sua última viagem, ele havia prometido a família que não iria fazer esse tipo de negócio. Infelizmente ou felizmente ele foi preso. Conheci suas filhas e sua esposa Bana, e as filhas através de fotos.
Tenho muito a agradecer ao irmão Ademir, pois, nas minhas fraquezas, ou seja, quando eu estava depressivo pensando em morrer do que viver naquele lugar, ele me levou palavras da Bíblia para minha reflexão. Então, isso me ajudou muito a suportar todo aquele sofrimento. "Obrigado irmão Ademir e que Deus abençoe você e toda a sua família" 
Saci de Uberaba - artigo 33.
O saci morador de Uberaba-MG foi preso no aeroporto de Brasília transportando cocaína para Amsterdã na Holanda, ele havia engolido várias cápsulas de cocaína, mas, a policia federal desconfiou do seu nervosismo e o prendeu. Nesta empreitada ele receberia cinco mil reais pelo o transporte da droga. Não era a primeira vez que ele fazia esse tipo de transporte, ele era uma "mula" de traficantes. Antes de ir para o CDP, ele ficou preso na Policia Federal.
Marivaldo - artigo 280.
O Marivaldo morador de Samambaia estava preso no artigo 280 na lei Maria da Penha. Ele se envolveu num acidente de trânsito e foi até a delegacia registrar a ocorrência, só que ele estava sendo procurado pela a policia como foragido, pois, ele havia faltado a uma audiência de pensão alimentícia.
Quando ele se identificou ao policial, para a sua surpresa, recebeu voz de prisão. Ele ficou preso uns 45 dias por desobediência, então, o juiz deu-lhe um pequeno castigo. Na cela era conhecido como "coroa lisão", por ter praticado várias artes marciais ninguém conseguia segura-lo nas brincadeiras que havia na cela.
Ele e eu éramos que escrevia as maiorias das choronas (cartas), ele também gostava fazer uns melhorados no almoço e na janta pra todos sem exceção. Um mês depois, após a minha saída eu o encontrei próximo ao Banco do Brasil na ceilândia norte, estava todo playboy e feliz com a sua liberdade. Certa vez a minha mãe levou uma chorona para a sua esposa, pois, ele mora próxima da casa dela na samambaia sul. 
Bocal - artigo 33.
O Bocal é morador do Paranoá, foi preso por tráfico de drogas. Ele tem um comércio "bar" e neste bar ele também comercializava drogas, a policia investigou o local por um período e depois invadiu, depois seguiram até a sua residência e prendeu certa quantidade de drogas. Na cela era uma pessoa gentil e solidária e com isso conquistou a confiança de todos e era muito amigo do Marivaldo.
Hudgleison - artigo 33. O Hudgleison, conhecido como neguinho do recanto foi preso por tráfico de drogas no Recanto das Emas. Ele estava comercializando drogas próximo ao colégio e foi preso com alguns menores, com isso ainda pegou uma corrupção de menores. Ele foi sentenciado com a pena mínima da lei do artigo 33, pegou um ano e poucos meses, como já estava preso há quatro meses iria ficar preso mais uns três meses e sairia.
Ele era franzino e magro, mas, gostava de procurar confusão, ele quase conseguiu colocar a cela em guerra com detentos de outras celas. O doidão (Ronaldo) teve até que interferir na confusão de cela que estávamos. Os chefes de cada cela se reuniram no banho de sol para resolver essa pendência que o neguinho arrumou o detento Stuart da Santa Maria.
O neguinho conseguiu uns aliados a ele e numa certa noite deram um chá de manta (porrada), no Stuart, foi quando alguns detentos não aceitaram aquela situação. Enfim, ele foi transferido para o cascavel e a paz voltou a reinar na cela, mas, por pouco iria acontecer algo ruim para todos da cela.
Michael Ceilândia - artigo 157.
O Michael morador de Ceilândia foi preso após efetuar um assalto no condomínio Lúcio Costa no Guará. Ele e seu parceiro assaltaram uma senhora tomando-lhe a bolsa com ameaça de arma de fogo e saíram correndo, só que eles correram em direção ao posto policial e as pessoas vendo aquela situação gritaram e a policia os prendeu em flagrante. Fiquei sabendo por meio de um familiar que um ano depois da sua soltura ele retornou a prisão devido a um castigo, por não ir assinar a presença ao juiz. Ele foi preso na Operação da Polícia Civil a “Operação Alvorada". Já está detido há quase um ano.
Negro Quênia - artigo 155. O negro Quênia é morador da cidade da Estrutural, ele está preso por furto, ele é usuário de crack, devido ao uso de drogas ele perdeu a esposa e foi morar na rodoviária do Plano Piloto com outros dependentes químicos. A situação dele não é fácil, até na cela ele estava furtando, ainda bem que no dia da sua audiência nem na cela ele voltou, enquanto ele estava pra audiência alguns detentos fizeram uma revista e encontraram alguns objetos nas suas sacolas e roubar na cadeia é grave.
Rafael - artigo 157.
O Rafael morador do Recanto das Emas foi denunciado pelo o Ministério Público por assaltar a empresa da Coca-cola, que fica próximo a Samambaia. Ele junto com outro parceiro assaltou e trocou tiros com a policia militar. Na época até o helicóptero da policia foi solicitado para capturar eles em fuga. Ele já está aqui há nove meses e ainda não foi ouvido pelo o juiz.
Aqui no presídio muitos detentos comercializam alimentos e cigarros e demais produtos, mas na verdade é proibido e quando os agentes fazem as revistas de rotina nas celas essas pessoas perdem tudo. Numa revista o Rafael estava drogado e afrontou os agentes, além de apanhar e perder as mercadorias, ele foi levado para o castigo por 30 dias. Toda vez que um detento vai para o castigo, isso vai para a ficha dele e é levado ao conhecimento do juiz.
Gustavo - artigo 157.
O Gustavo morador da cidade de Planaltina, no bairro Vale do Amanhecer, está incurso no artigo 157, ele mais dois parceiros estavam assaltando postos de combustíveis em Sobradinho e adjacência. Após assaltarem um posto em Sobradinho e ter levado o carro de uma vítima a policia militar efetuou a prisão deles na BR 020, que liga Sobradinho a Planaltina.
Garrafinha - artigo 33.
O garrafinha morador de Planaltina está incurso no artigo 33, tráfico de drogas. Ele perdeu um irmão assassinado por traficantes rivais e após a morte do irmão, tentou dá continuidade na boca de fumo, mas, não foi muito longe. O pior de tudo que a pessoa que matou o seu irmão está aqui no CDP, ele e alguns detentos da sua cidade já estão planejando a morte do rapaz. Ele usa lentes de grau e aqui dentro tudo é complicado, principalmente para a higienização das lentes.
Muriçoca - artigo 157.
O Muriçoca é morador da expansão do setor "O" em Ceilândia. Os detentos colocaram este apelido devido a sua aparência. Ele era usuário de crack e chegou muito magro e esquelético, apesar da sua magreza ele costumava bater em suas vítimas de assalto. E na cela ele e outros detentos andaram espancando em detento. Por ser réu primário, estudar e ter 18 anos, na sua audiência o juiz concedeu o alvará de soltura com o comprometimento de ele trabalhar continuar estudando.
Leandro - artigo 121.
O Leandro morador de Samambaia foi incurso no artigo 121 por homicídio. Ele era apenas suspeito de participar de uma gangue de matadores em Samambaia, ficou preso por quatro meses, até a policia prender o último integrante da gangue. No dia que o negão chegou ao CDP por volta das 10h30, o Leandro falou com ele a respeito da acusação que a justiça estava impondo a ele.
O negão disse que assumiu os homicídios, então, eles iriam conversar sobre o assunto no banho de sol do outro dia, mas a noite o alvará de soltura do Leandro foi chamado e isso foi muito bom, porque neste banho de sol ia ter confusão das brabas. O Leandro estava revoltado com esse negão, afinal ele estava preso sem ter culpa dos crimes que o negão havia cometido. Mais um inocente na cadeia.
João do Dnoc´s - artigos 157 e 16. O João que é morador de Sobradinho do bairro Dnoc´s está incursos nos artigos 157 por assalto e 16 por porte de arma e com certeza ele irá responder por outros artigos que foram cometidos neste crime. Doidão de cocaína pegou uma mototaxí e foi procurar uma vítima para assaltar, então, quando um morador estava abrindo o portão de casa, ele aproveitou da distração do motorista e adentrou no veículo pela a porta traseira do passageiro.
E com um revólver em punho ameaçou a esposa do motorista, logo após ele obrigou o casal ir até a um supermercado e fazer compras com o cartão de crédito do casal, por sorte do casal um policial civil percebeu o nervosismo do casal e passou a acompanhar o veículo de longe e viu quando ele apontou uma arma para o motorista.
O policial chamou a policia e ele foi preso em flagrante. Quando as viaturas fizeram o cerco ao veículo, o João pegou a mulher como refém, na distração dele um policial veio por traz dele e tomou-lhe a arma. Ele foi bastante espancado pelos os policiais e pelo o marido da vítima, há ele ainda efetuou um disparo contra a viatura antes de ser rendido.
Portanto, com certeza ele irá responder por seqüestro, disparo em via pública e cárcere privado. Ele estava revoltado com sua mãe por não ter colocado um advogado para fazer sua defesa e falava pra todos que quando saísse iria matar sua mãe e seus irmãos. Entretanto, eu li a Bíblia várias vezes pra ele e ele foi mudando o seu comportamento.
Hudson - artigos 157 e 280.
O Hudson vulgo Bruno morador do Paranoá, estava preso no artigo 157, ficou preso por seis meses, com um mês que ele havia saído, ele voltou de novo e desta vez no artigo 280 na lei "Maria da Penha", desta vez ele ficou uns 30 dias e foi embora.
Thiago - artigos 33, 35, 40 e esposa.
O Thiago vulgo zotan, morador de Águas Lindas-GO, está incurso em três artigos acima citados e ainda levou a sua esposa junto. Apesar de morar no Goiás, ele agia mesmo era na região do P. Norte em Ceilândia. Além do tráfico ele e a turma dele roubavam veículos, assaltavam estabelecimentos comerciais, executavam os inimigos e tocavam o terror por onde passava. Eu pude presenciar ele mandar matar um inimigo de dentro do presídio.
Dentro da cela ele não acatava sugestão de ninguém e comprava confusão de qualquer um da cela. Ele e o JC da Ocidental eram parceiros em tudo dentro do presídio. Quando o JC foi para o castigo, o zotan me deu de bênção a jega (cama), do JC. Ele escrevia e recebia via sedex várias cartas da esposa que estava presa na colméia, ela foi presa junto com ele.
China - artigos 33 e 16.
O china morador de Ceilândia foi preso por tráfico e porte de arma. Ele estava indo para uma boate no pistão sul de Taguatinga, quando a policia militar abordou o veículo que ele demais amigos estavam. Foi encontrado com ele certa quantidade de maconha e cocaína e um revólver calibre 38. Ele conseguiu adentrar na DPE com maconha dentro do forro da coruja (cueca).
As histórias acima relatadas são verdadeiras, baseadas nas notas de culpas de cada detento com quem eu convivi dentro da prisão. Deixo os meus agradecimentos a todos os detentos acima citados e que Deus possa está trabalhando na vida da cada um, eu sei que aqui fora os presidiários são discriminados até pelosos familiares, mas, não sinta vergonha... Levanta a sua cabeça e siga em frente.
Também agradeço a todos os meus familiares e amigos, agradeço a todos da Embaixada Real da Dinamarca, pela a compreensão, pelo o apoio à minha esposa e por meu trabalho e que Deus abençoe a todos sem exceção, muito obrigado!
Pastor João na cela B-8
O Pastor João veio de Cuiabá, para resolver um problema no SPC em Brasília. Mas, quando se encontrava na casa do filho na cidade Estrutural foi preso, pois, ele estava como foragido da justiça por homicídio.
Entretanto, quem cometeu o homicídio foi o seu filho, que estava foragido. Porém, algumas testemunhas relataram a policia que o pai estava envolvido no crime com o filho. Quando os policiais o abordaram, ele negou o envolvimento no crime, porém, os policiais estavam com o mandato de prisão e nada podiam fazer, a senão prende-lo.
Portanto, ele ficaria detido para as apurações do crime e teria que provar para a justiça que não estava envolvido no crime, que na época foi considerado um crime bárbaro. A vítima foi trucidada a pauladas e facadas. Enfim, mais um inocente na cadeia. E pessoas acima de 45 anos ficam em ala especial, ou seja, compatível com a idade, mas ele estava preso no meio de bastantes jovens. Mais um erro policial.
O nosso sistema prisional que aí está não recupera ninguém! Se a pessoa não tiver uma boa índole, ele sairá pior do sistema. Infelizmente, dentro do sistema prisional adentra todos os tipos de drogas como: cocaína, maconha, haxixe, crack e medicamentos como rupianol e outros que muitos fazem uso para dormir.
Por mais rigorosa que seja a revista feminina e masculina a policia não consegue combater a entrada de drogas. Acreditem! Há tráfico de drogas dentro do presídio, pois, eu vir e convivi com essa situação. Na ala "C", tinha um detento de codinome de (mineiro), que era o patrão do setor e na ala "B", era o JB e o doidão os comandantes do tráfico.
Eu achava um absurdo ver o tráfico dentro do presídio, mas, tinha que ficar de bico calado, pois, quem caguelta alguém dentro do sistema é condenado à morte pelos os próprios detentos. Quem levava as drogas para o pessoal da ala B, era um rapaz da Santa Maria, que engolia as cápsulas e as expeliam no banheiro. Após as visitas, as alas B e C e as demais ficavam insuportáveis o cheiro de nicotina e de maconha na cela.
Eu sou totalmente avesso as drogas, porém, tive que presenciar muitos jovens fumando maconha e fazendo caretas para prensar a fumaça, outros fumando crack dentro do cigarro e tendo ataques de risos e alucinações. Eu sentia pena e tristeza daqueles detentos viciados.
Tortura 
Ontem 12/01/10, foi veiculada na imprensa a tortura do detento Jerônimo Júnior de 20 anos, ele está incurso no artigo 121 do CPB (homicídio). No presídio de Santo Antônio do Descoberto/GO, que fica a 66 km de Brasília. Esses fatos são corriqueiros nas delegacias e presídios do DF, o meu enteado já foi torturado na 15ª delegacia de ceilândia, segundo testemunho dele. Os policiais bateram, deram choque elétrico e colocou-o dentro de um tambor com água de cabeça para baixo e ainda asfixiou com uma sacola plástica.
Por sorte ou azar, a mãe deste detento conseguiu fazer as imagens com um celular senão, seria impossível ela provar para a justiça ou direitos humanos essa situação. Eu mesmo já presenciei uma cena como esta, quando estava preso na DPE. O detento de alcunha de ratinho, por está fazendo muito barulho na cela, foi retirado e levado para uma gaiola que fica no pátio do banho de sol.
Ele (ratinho) teve que ficar só de cueca dentro desta gaiola e na época estava fazendo muito frio. E pra piorar a situação os agentes ainda jogaram água nele. Os agentes ainda usam cassetete de madeira para espancar os presos e faz muito terrorismo contra os detentos. Quando o pessoal dos (DH), direitos humanos esteve no CDP e após a saída dos mesmos, fomos ameaçados de todas as formas imagináveis e ainda perdemos a nossa próxima visita...


DEUS, A NOSSA SEGURANÇA.
Esperei com paciência pela a ajuda de Deus, o Senhor.
Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro.
Tirou-me de uma cova perigosa, de um poço de lama.
Ele me ensinou a cantar uma nova canção, um hino de louvor ao nosso Deus.
Quando virem isso, muitos temerá o Senhor e nele porão a sua confiança.
Que fiquem alegres e contentes todos os que adoram!
E que os que são gratos pela tua ajuda digam sempre: Como o Senhor é grande!

"OBRIGADO SENHOR JESUS, POR PERMITIR EU PASSAR POR MAIS ESSA PROVAÇÃO, EU SEI QUE NÃO CAI UMA FOLHA SEM A SUA PERMISSÃO, EM TI BUSQUEI FORÇA E CONFORTO PARA SUPORTAR TAMANHO SOFRIMENTO"
Período de prisão: 19 de Julho de 2008 a 21 de Outubro de 2008.
Por favor, ao ler este blog deixe o seu comentário.
Blog: www.israelcarceragem.blogspot.com
Email: Israel-65@hotmail.com
“Todas as imagens são meras coincidências, copiadas da internet.”

28 comentários:

DiAutoriA disse...

Mais uma história da injutiça Brasileira!

Meu abraço!!!

DabliW DiAutoriA Rapper Ceilândense!!!

Mariah Alves disse...

Adorei seu blog =)

Passa lá no meu!

Abraçoos

Anônimo disse...

Meu amigo a realidade é assim!

Embora vc tenha passado por experiências que lhe marcaram e presenciou a ação de algum policial que não seja correto, a bandidagem de Brasília merece coisa muito pior do que isso que vc passou, pois eles matam vidas por nada.
Contudo, pessoas de bem, trabalhadores e pais de família, devem ser excluídos desse tratamento desumano.

Os policiais que não sabem diferenciar um trabalhador de um marginal... não merecem a farda que vestem!

Agente da Papuda

GEPOIANO disse...

É SEMPRE ASSIM TODOS QUE CAI NA PRISAO DIZ SER INOCENTE.GEPOIANO

Israel disse...

Ai Gepoiano, eu sou INOCENTE, tanto que provei e fui absolvido, não tenho nada à provar pra vc, vc sabe o q acontece aí dentro, sabe do que estou falando. Tem muita coisa errada aí dentro. Vc sabe disso...

Anônimo disse...

Quem ver cara não ver coração, como q dar pra distinguir só pela cara? Todos tem carinha de santo, é igual o colega falou, bandido mesmo, merece coisa pior, isso é pouco...

De outro Gepoiano

V.I.D.A essa e a sigla disse...

a justiça nao e so cega mais tbm ignorante surda arrogante e nem sempre justa de graças aos ceus que aqui nao existe pena de morte porque seria uma holocasto de negros e brancos pobres ...

Anônimo disse...

A realidade realmente pode conter algum desses fatos que vc mencionou, contudo a realidade do povo sofrido que já passou por assalto, seqüestro e até com a perda de alguém depois de um latrocínio, é muito pior.

O ladrão só pensa nisso depois que cai, e mesmo depois de fazer o mesmo e até pior com suas vítimas, ainda volta a praticar o crime.

Vida curta aos bandidos e vida longa a polícia!

AGENTE DA PAPUDA disse...

O camarada que faz maldades contra outros deve passar por isso que vc mencionou e muito mais, afinal todo castigo pra bandido ainda é pouco

Rlms disse...

muito interessante a sua historia eu estou passando por uma situaçao muito delicada porque meu namorado esta preso pelo art 33 e nao sei o que sera dele ja vai fazer 4 meses que ele esta preso ,e ano estou visitando ele .por favor coloque ele em sua oraçoes e que Deus proteja todos nos.isso e uma liçao de vida.abraços rlms

Anônimo disse...

RIMS, Não deixe de visitá-lo, o apoio familiar neste momento é muito importante para ele. Deus te abençoe e ilumine seus caminhos.

Unknown disse...

Muito legal o seu relato, infelismente acontece essas injustiças em nossas vidas, mas graças ao Senhor foi provado sua inocencia.
Deus abençõe muito a sua vida, e faça valer a pena
grande abraço...
weber nunes

charles disse...

É camarada, você é um em um milhão.
Você percebeu que todos os caras que você relata no seu blog, ou seja, os santinhos. Todos estes estavam sempre envolvidos em algo que é ilegalcomo Roubos , tráficos, assassinatos,estupros e tudo mais o que a sociedade de bem repudia? Bom é como alguns disseram acima, todo castigo para bandido ainda é pouco, claro que não estou aqui julgando você, pois, seu caso pode ser como o que eu disse no início,"Um em um milhão".

CIDADÃO DE BEM disse...

A CADEIA É UM LUGAR FEITO PRA INOCENTES... NESTE MOMENTO TEM APROXIMADAMENTE 10 MIL INOCENTES PRESOS... ERRADOS SOMOS NÓS, OS CIDADÃO DE BEM QUEM NÃO MATAM, NÃO ROUBAM, NAO ESTUPRAM... CERTO É O BANDIDO MESMO... TADINHOS DOS PRESOS. FAÇA-ME O FAVOR. VOCÊ PODE ATÉ SER INOCENTE, MAS A MAIORIA ESMAGADORA CAUSA MUITA DOR E SOFRIMENTO A FAMILIAS DE BEM E SE SOFREM AINDA É POUCO PORQUE TEM GENTE QUE NEM VIVA MAIS ESTÁ PRA PODER SOFRER... FOI MORTA EM ASSALTO, ESTUPRO E TEVE A FAMILIA DESTRUIDA PELA DROGA VENDIDA NAS RUAS.

Anônimo disse...

Aos agentes da papuda um conselho cuidado vcs tbém estão sendo preso como bandidos e quando cair dentro de uma cela dos quais vcs maltratam vc vão chorar igual bebês chorão

Anônimo disse...

AGENTE DA PAPUDA um conselho cuidado vcs tbém estão sendo preso como bandidos e quando cair dentro de uma cela dos quais vcs maltratam vc vão chorar igual bebês chorão

Anônimo disse...

Israel,sua história foi bem relatada..Fiquei impressionada com a tua memória dos fatos.Curiosidade??Você tinha um diário?
A importância da tua história, é que podemos ver a realidade de quem vive nas prisões do nosso Brasil.
Inocentes e culpados,isso acontece...Penso que os inocentes teem uma missão a cumprir no meio dos culpados,não sabemos os desígnios de Deus.Os seus relatos podem auxiliar muitos a suportarem a situação se um dia vierem a ser ver nessa situação,que de modo algum aconteça isso com alguém.

Outro dia vi um filme(Lincoln Conspiração) do assassinato de Abrahan Lincoln, no qual uma mulher foi enforcada culpada de complô no assassinato. presidente dos Estados Unidos.E pelo que tudo indicava era inocente.Assista.
Se você não fosse inocente, não teria a coragem de se expor, teu caráter é integro irmão.

Agradecemos aos policiais pela nossa segurança. Porém infelizmente existe aqueles que não merecem como em todos os lugares.
Abraços.

Anônimo disse...

Fquei mto emocionada com seu depoimento,meu esposo esta a 15 dias preso e 12 dias no cdp estou mto triste ele esta la por porte de arma mas ele ja estava cumprindo aqui fora prestando servico mas ele tinha dois processos por porte ai ele foi preso ele nao é inocente como vc mas é uma homem de bem trabalhador so se envolveu com pessoas errradas mas se arrependeu antes q acontecesse o pior mas agora esta pagando pelo os erros do passado.Eu nao sei bem a ala dele mas sei q ele esta na os bravos vc conhece?sabe como é por la?minha sogra conseguiu visita lo mas eu ainda nao conseguir pq nao somos casados é mta burocracia essa semana nao tem visita mas na proxima se ele ainda estiver la eu vou o juiz negou o pedido de habeas corpus ai o advogado recorreu agora é esperar o resultado dessa historia espero mto em Deus q vai tirar ele de la eu sei q ele tem q pagar mas é mto triste.felicidades tdo de bom fica com Deus.

Anônimo disse...

Nossa Graças a Deus ele te tirou daquele lugar nojento mais como vc disse nada acontece sem a permissao de Deus meo marido esta presso a 2 anos e 2messes como e triste mais ele foi para aquele lugar pel apermissao de Deus um livramento e Deus ja falou que so tira ele de la liberto muito triste essa vida nao desejo a ninguen aquele lugar e horrivel sujo fedido cheio de gente invejosa cheio de problema e tao dificil viver sabendo que um parente seu ta ali pq agente nao sabe oq ta acontecendo pode ta rolando bate fundo ai o interno fica sem cobal sem coberta sem nada a pessoa perdi totalmente a dignidade e muito triste ja eh a 4 cadeia dele ele disse que nao ageunta mais e que dessa veiz que mudança espero nao aguento mais mais e Deusque me da forças fica na paz.

Anônimo disse...

Olá boa tarde meu nome é,Dr Otto fiquei triste com as coisa que acontece na papuda df, em relação que o amigo que ficou preso lá e escreveu essa realidade é duro ouvir e ver isso , vendo policiais e agentes judiando e castigando os detentos deste jeito , estão pessoas indefezas não tem como revidar , queria ver voce fazer com um detento desses ai se voce tivesse sozinho e desarmado se voce seria homão assim como voce é rapaz , não sei se o detento que é o bandido ou se a policia e os agentes que são os verdadeiros bandidos por fazer tal coisa , olhas meus amigos , seja humilde a farda não faz voce nem mais homem do que os outros não , saiba o seguinte , os detentos estão ai por algum motivo culpados ou não voce não sabe , até mesmo como o agente falou na questáo da resposta acima que não esta escrito na cara de todos , e que todos rem cara de santinho, olha só lhe digo uma coisa agente ou pilicia nem que ele seja a pior dos criminosos voce deveria trata-ló assim existe os direitos humanos enende meu amigo e por esse motivo de tratar as pessoa com dignidade independente do que ele fez ele não esta ai pagando sua pena , já é muito dificil para ele conviver longe de todos que amam e da liberdade o minimo que esta pessoa possa ter é paz consigo mesmo entende , por acaso os senhores policias ou agente são santos , me diga são queta meu amigo voceis atuando assim , voceis mostram que os verdadeiros bandidos estão fora da cela e não os que estão dentro dela , voceis foram formados no seu curso de formação maneiras , recurso humanos , como tratar um humano , independente do que o detento fez ele ainda é um ser humano , nem voce e nem ninguém pode condenar ou jugar ninguém somente Deus pode ele é advogado e juiz entende , olha de vez enquanto vemos companheiros de voceis que eram policiais e agentes santinhos que cumpria a lei a risca , hoje em dia pagam penas tambem e ai , não esquece amigo voceis tem irmão , subrinhos e filhos até voceis mesmo um dia pode se deparar com essa cituação de ver um ente querido seu nessa cituação em , só que tem pessoas querida nessa cituação é que sabe o sofrimento que a familia passa , aqora quanto as torturas que voceis policias e agentes causam aos detentos eu acho , o seguinte o ministerio publico deveria envestigar,e punir pessoas como voceis respondendo processo administrativo e rua alé mandar para cadeia é aonde deve estar policias e agentes que agem assim , quanto voceis detentos denucie aos seus entes queridos do occorrido pedem há eles para procurar a defensuria e denucie este tipo de violencia força há todos os detentos .

Anônimo disse...

Sou Dr Otto ,por favor pais ,irmãos , familiares ,esposas de detentos , peçam aos seus entes queridos para descobrirem os nomes desses policiais ou agentes que faz tamanho absurdo aterrorizando os detentos , peçam a eles para passar os nomes deles para voceis e divulgue nesse saite , que eu quero saber o nomes deles e irei entrar com uma representação contra eles junto a corregedoria da policia e demais orgãos copetentes ,judiciario e o ministerio publico , para mostrar para esses policias e agentes incopetentes que devem ser profissionais e não torturadores , até porque tortura é crime no brasil, espero em breve esses nomes aqui divugados .

Anônimo disse...

Nossa impressionada com os relatos... achei o blog por acaso...meu marido ficou preso no cascavel por 120 dias, por porte de arma há 3 anos antes...ele era tatuador e fez uma tatoo fiado, o rapaz disse q ia pagar, e noa dia do pagamento lhe presentou com 3 tiros, ele sobreviveu apesar de ter ficado com os projeteis no corpo, mas ficou enfurecido, e quis acertar as contas, foi preso com a arma, mas não chegou a encontrar seu desafeto.. antes de ser preso, eles se encontraram e ele o perdoou.

Foi muito triste entrar numa prisão, tirar a roupa, abrir a boca, levantar a sola dos pés, isso é para quem ama..hj ele está no regime semi aberto, dorme no CPP e trabalha fora, no mesmo lugar de antes...logo tudo vai passar.. mas presenciei tantos maltratos , polícias gritando, aquela fila de mulheres brigando, umas que havuam durmido lá para pegar senha... dificill

Anônimo disse...

Infelizmente existe injustiças como a relatada por ti, realmente vc foi injustiçado, tanto que provou.

Acredito que pessoas injustiçadas e ainda maltratadas por policiais, o policial não merece mesmo a farda!
Agora o bandido que tira vidas, manda matar de dentro da cadeia, acha que é dono do mundo e pode mandar e desmandar a hora que quer, esse nem merece a morte pq é pouco pra ele, merece ser enterrado vivo e amarrado, para a justiça ser feita. bandido bom é bandido morto sem necessidade de bala na cabeça, enterra e deixa morrer sozinho!

Anônimo disse...

Encontro-me numa situação parecida com a sua... Meu noivo está preso desde maio de 2014 por tráfico de drogas e uma série de crimes relacionados a isso... Porém, a única participação dele da história foi deixar um ''parente'' guardar as suas coisas na sua residência... Já houve julgamento porém ainda não saiu sentença

Unknown disse...

por favor quem escrevel essas palavras sobre o irmão ademir, entre em contato comigo pois sou eu e quero conpartilhar so as boas lembranças email ; construcoesdalbosco@gmail.com
ou fone 4588265551 falar com ademir

Anônimo disse...

"Quem vê cara não vê coração" esse ditado vale também para os senhores policiais. Portanto não pouse de justiceiro Sr outro Gepoiano. Não sou a favor de bandido, sou a favor de justiça e respeito ao cidadão de bem

NAFASAT QABEEL disse...

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Unknown disse...

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